(Canudos durante a Guerra)
Decorridos cem anos dos dramáticos episódios nos sertões da Habia, prosseguem os esforços de estudiosos, sendo esses brasileiros e/ou estrangeiros, para descrevê-los, tentando vencer a dicotomia entre o real e o imaginário.
O beato Antônio Conselheiro gerou um movimento socio-religioso, marcado pelo fanatismo que prosperou mercê das características psicológicas das populações do sertão nordestino, no final do século XIX.
As autoridádes civis, militares e eclesiásticas locais não tiveram a habilidade para solucionar um movimento regional, atribuindo a prioridade à repressão policial, sem considerar a liberdade da prática religiosa contra à República recém instalada e à justiça social.
Os seguidores de Antônio Conselheiro cresceram em número e passaram a receber apoio das populações interioranas na exata proporção em que ganhavam das ações militares.
Longe de ser orientado para pacificar a região conturbada, o exército recebeu ordem claras para destruir Canudos por causa da ameaça que representava à República, aos olhos do Governo Federal.
Sob a égide (proteção) do fanatismo, brasileiros se enfrentaram em lutas cruéis e desnecessárias. De um lado, os militares, cuja formação positiva levava à preservação do regime contra qualquer ameaça monarquista, de outro, os conselheiristas contafiados pelo caráter teológico do movimento e sob a lideranã de um chefe messionico.
Após quatro expedições das tropas federais e muitos combates sangrentos, o resultado foi a destruição de Canudos e a perda de milhares de vida de ambos os lados. O mais triste é saber que todos eles eram brasileiros.
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