quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Canudos: A Guerra do Fim do Mundo?


Canudos é uma cidade cituada no interior da Bahia. Nela, Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, faz sua luta contra a República, sendo monarquista assumido. Ele se considera enviado de Deus e acha que sua função é mundar a cituação dos homens, e luta para que a República pare de explorá-los com os impostos, e para resolver os problemas da discrimicação social. A cidade enfrentava vários problemas, sendo o pior deles a seca.
Apesar da pouca quantidade de seguidores que Antônio Vieira possuia e do grande exército que a República possuia, foram preciso quatro expedições para conseguir destruir Antônio Vieira e a cidade de Canudos. Como Euclides da Cunha conta no livro "[...]Resistiu até seus últimos defensores: um velho, dois adultos e uma criança".
Há livros que contam o episódio ocorrido em Canudos, que é o caso do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha. Euclides da Cunha cobriu uma parte da guerra como jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, e, ao voltar, escreveu esse livro contando, em tom jornalístico, tudo o que viu lá. Seu livro é dividido em três partes: a terra, o homem e a luta.
Além desse livro, há também o livro A Guerra do Fim do Mundo, de Mário Vargas Llosa. Esse livro é um romance que contem vários personagens.
Apesar de ter vários livros, a Guerra de Canudos conta também com um filme, A Guerra de Canudos, drama, cuja direção pertence ao Sérgio Rezende.

Para mais informações sobre os temas citados, use os links que estão ao lado. Não deixe de comentar, pois sua opinião é muito importante.

A Guerra do Fim do Mundo


(Capa do livro A Guerra do Fim do Mundo)


Livro escrito por Mário Vargas Llosa, esse livro também fala sobre a guerra de Canudos, tema do livro de Os Sertões, de Euclides da Cunha.

O livro está longe de ser um clássico literário como Os Sertões, de Euclides da Cunha. Enquanto Euclides escreveu um livro com ar de jornalismo, com anotações que ele mesmo fez para o jornal O Estado de S. Paulo, Mário Llosa escreve um românce, com vários personagens.

A história gira em torno de quatro personagens principais, sendo:

- O monarquista Barão de Canabrava.

- O republicano Epaminondas Gonçalves.

- O jornalísta míope.

- O anarquista escocês Galileu Gall.

Como pode ser reparado, o livro não leva nem mesmo o nome dos personagens da história, da Guerra. Um dos fatos que deixa o livro de Euclides da Cunha ser melhor e um clássico.


"Juro que não sou republicano, não aceito a expulsão do Imperador nem sua substituição pelo Anticristo. Não aceito o matrimônio civil, nem a separação da Igreja do Estado, nem o sistema métrico decimal. Não responderei às perguntas do censo. Nunca mais roubarei, nem fumarei, nem me embriagarei, nem apostarei, nem fornicarei por vício. E darei a vida por minha religião e o Bom Jesus" (Guerra do Fim do Mundo").

Centenário da Guerra de Canudos

(Canudos durante a Guerra)



Decorridos cem anos dos dramáticos episódios nos sertões da Habia, prosseguem os esforços de estudiosos, sendo esses brasileiros e/ou estrangeiros, para descrevê-los, tentando vencer a dicotomia entre o real e o imaginário.

O beato Antônio Conselheiro gerou um movimento socio-religioso, marcado pelo fanatismo que prosperou mercê das características psicológicas das populações do sertão nordestino, no final do século XIX.

As autoridádes civis, militares e eclesiásticas locais não tiveram a habilidade para solucionar um movimento regional, atribuindo a prioridade à repressão policial, sem considerar a liberdade da prática religiosa contra à República recém instalada e à justiça social.

Os seguidores de Antônio Conselheiro cresceram em número e passaram a receber apoio das populações interioranas na exata proporção em que ganhavam das ações militares.

Longe de ser orientado para pacificar a região conturbada, o exército recebeu ordem claras para destruir Canudos por causa da ameaça que representava à República, aos olhos do Governo Federal.

Sob a égide (proteção) do fanatismo, brasileiros se enfrentaram em lutas cruéis e desnecessárias. De um lado, os militares, cuja formação positiva levava à preservação do regime contra qualquer ameaça monarquista, de outro, os conselheiristas contafiados pelo caráter teológico do movimento e sob a lideranã de um chefe messionico.

Após quatro expedições das tropas federais e muitos combates sangrentos, o resultado foi a destruição de Canudos e a perda de milhares de vida de ambos os lados. O mais triste é saber que todos eles eram brasileiros.

Guerra de Canudos (filme)

(Capa do Filme Os Sertões)

Criado em 1997, o filme brasileiro que teve a direção de Sérgio Rezende. É do gênero drama. O filme foi orçado em seis milhões de dólares e levou cerca de quatro anos para ficar pronto.
Sinopse:
Uma família nordestina se divide quando a filha mais velha, Luiza, se recusa a acompanhar os pais e os irmãos na peregrinação liderada por Antônio Conselheiro. Luiza foge e se torna prostituta. Sua família se estabelece em Belo Monte, região de Canudos, onde Conselheiro e seus fiéis procuram resistir aos ataques dos soldados federais enviados para acabar com o povoado.
Este é o registro do conflito que se opôs aos soldados do Presidente Prudente de Morais pelos beatos reunidos em torno de Antonio Conselheiro. Luiza lutava contra o povo de seu pai, obrigados a comer qualquer tipo de animal que aparecia em sua frente. O marido de Luiza morre, então ela começa a se prostituir para os soldados, até que um deles se apaixona por ela.
Belo Monte foi atacado por três vezes, porém ataques que não valeram de nada contra os soldados de Antonio Conselheiro. Então vem o último e definitivo golpe contra esses bravos soldados, com a chamada "matadeira". Belo Monte se foi ao chão, sem nenhum pingo de piedade, satisfazendo, assim, o desejo de coronéis e da "Republica"...
Embora tenha sido apresentada como uma microssérie pela TV Globo, a Guerra de Canudos é mais conhecida pelo filme, sendo posteriormente lançada em DVD.
Título Original: Guerra de Canudos.
Gênero: Drama.
Tempo de Duração: 169 minutos.
Ano de Lançamento (Brasil): 1997.

Os Sertões

(Capa do livro Os Sertões)
O livro "Os Sertões" de Euclides da Cunha foi publicado no ano de 1902. Seu tema é a Guerra de Canudos, que ocorreu no interior da Bahia. Euclides da Cunha havia presenciado uma parte da guerra como jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, e, ao voltar, escreve um dos maiores livros já escrito por um brasileiro, Os Sertões.
É um livro de Sociologia, História, Geografia, crítica humana, e também uma epopéia da vida sertaneja.
O livro é, basicamente, dividido em três grandes partes: a Terra, o Homem e a Luta.

A Terra:
Nessa primeira parte, são estudados o relevo, o solo, o clima, a flora e a fauna da região nordestina. Euclides da Cunha afirmou que nada supera a calamidade do sertão: a seca.

O Homem:
O determinismo afirmava que o homem sofria influência do meio (geografia), da raça (hereditáriedade) e do momento histórico (cultura). Nessa parte, o autor faz uma análize brilhante da psicologia do sertanejo e de seus costumes. É nessa parte que Euclides da Cunha foca o Antônio Conselheiro.
A revolta é vista como fruto da grave crise econômica e social da região, marcada por secas cíclicas, latifúndios improdutivos, desemprego e fé numa salvação milagrosa que pouparia os habitantes da região do sofrimento. Essa crença, como mostra Euclides, começou a ser explorada pela imprensa e pelo clero como uma tentativa de retomar a monarquia, jogando a opinião pública contra os seguidores da revolta.

A Luta:
Fala da Guerra de Canudos em si, do seu início até seu fim, baseada em suas anotações. Euclides da Cunha aponta ainda em seu texto: "Canudos não se rendeu, mas resistiu até seus últimos defensores: um velho, dois adultos e uma criança, vencidos por uma força muito maior e mais violenta".

As quatro expedições

(Mulheres e crianças presas durante uma das expedições)



Outubro de 1896: Primeira Expedição

Ocorre o episódio que desencadeia a Guerra de Canudos, quando as autoridades de Juazeiro apelam para o governo estadual baiano em busca de uma solução.

Em 24 de novembro deste ano, é enviada a primeira expedição militar contra Canudos - um destacamento policial de cem praças, sob comando do Tenente Manuel da Silva Pires Ferreira. Mas a tropa é surpreendida durante a madrugada em Uauá pelos seguidores de Antônio Conselheiro, que estavam sob o comando de Pajeú e João Abade. Após uma luta corpo-a-corpo são contados mais de cento e cinqüenta cadáveres de conselheiristas. Do lado do exército morreram oito militares e dois guias. Estas perdas, embora consideradas "insignificantes quanto ao número" nas palavras do comandante, ocasionaram o retiro das tropas.

Janeiro de 1897: Segunda Expedição.

Enquanto aguardavam uma nova investida do governo, os jagunços fortificavam os acessos ao arraial. Comandada pelo major Febrônio de Brito, depois de atravessar a serra de Cambaio, uma segunda expedição militar contra Canudos foi atacada no dia 18 e repelida com pesadas baixas pelos jagunços, que se abasteciam com as armas abandonadas ou tomadas à tropa. Os sertanejos mostravam grande coragem e habilidade militar, enquanto Antônio Conselheiro ocupava-se da esfera civil e religiosa.

Março de 1897: Terceira Expedição.

Na capital do país, o governo federal, diante das perdas e a pressão de políticos florianistas, assumiu a repressão, preparando a primeira expedição regular, cujo comando confiou ao coronel Antônio Moreira César, considerado pelos militares um herói do exército brasileiro. A notícia da chegada de tropas militares à região atraiu para lá grande número de pessoas, que partiam de várias áreas do Nordeste e iam em defesa do "homem Santo".

Em 2 de março, a força, que inicialmente se compunha de 1.300 homens, assaltou o arraial. Moreira César foi morto em combate, tendo o comando sido passado para o coronel Pedro Nunes Batista Ferreira Tamarindo. Abalada, a expedição foi obrigada a retroceder.

Setembro de 1987: Quarta Expedição.

Após várias batalhas, a tropa conseguiu fechar o cerco sobre o arraial. Antônio Conselheiro morreu em 22 de setembro, supostamente em decorrência de uma disenteria. Após receber promessas de que a República lhes garantiria a vida, uma parte da população sobrevivente se rendeu com bandeira branca, enquanto um último reduto resistia na praça central do povoado. Apesar das promessas, todos os homens presos, e também grupos de mulheres e crianças acabaram sendo degolados - uma execução sumária que se denominava de "gravata vermelha.

Com isto, a Guerra de Canudos acabou se constituindo num dos maiores crimes já praticados em território brasileiro.
O arraial resistiu até 5 de outubro de 1897, quando morreram os quatro derradeiros defensores. O cadáver de Antônio Conselheiro foi exumado e sua cabeça decepada a faca. No dia 6, quando o arraial foi arrasado e incendiado, o Exército registrou ter contado 5.200 casebres.

O combate

(Desenho de Angelo Agostini)


Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.

Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida (mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes com exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

A situação de Canudos

(Mapa de Canudos)

A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente.

Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Ele teve a duração de quase um ano, durando até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

Antônio Conselheiro

(Foto tirada duas semanas após sua morte pelo fotógrafo Flávio de Barros)

Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro, nasceu em Quixeramobim (CE). Chegou em Canudos em 1893.

Para ele, a República - recém implantada no país - era a materialização do reino do Antigo Cristo na Terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica.

Acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais, e com os pecados republicados, entre eles, o casamento civil e a cobrança de impostos.

Era uma figura carismática, e adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, entre eles, camposenses, índios e escravos recém libertos, pois essas pessoas acreditavam que ele poderia ajudá-los a sair da extrema pobreza que os cercavam.

Nos primeiros anos da República, a imprensa e muitos historiadores retrataram-no como um louco, fanático religioso e contra-revolucionário monarquista perigoso.

Morreu no dia 22 de setembro de 1879, a causa de sua morte não está bem definida, mas as ideias mais prováveis são ferimento de granada ou uma forte "caminheira" (disenteria).

Na cidade onde nasceu, Quixeramobim, interior do Ceará, há um Memorial onde conta a história de Antônio Conselheiro. O Memorial está situado bem no centro da cidade, próximo ao Banco do Brasil.